Raízes

Mesmo depois de 10 anos em Brasília, sempre que alguém me pergunta de onde sou, não tenho dúvidas: Fernandópolis, onde vivi dos 3 aos 17 anos. Mantenho o sotaque puxado, não transferi meu título de eleitor, não troquei a placa do carro. Não mudei o jeito meio bronco, direto, de gargalhada alta, ainda que o ambiente exija modos – em Brasília, toda aparências, quase sempre.

Quando pequena, meus avós moravam em uma chácara nas cercanias, o meu Sítio do Pica Pau Amarelo. Me empoleirava no tronco da goiabeira, corria atrás das galinhas, fazia expedições nas plantações e no pasto. Aí veio a adolescência, outras prioridades, a mudança para Brasília. Meus avós voltaram para a cidade.

Depois de adiar mais que devia, ontem voltei lá. Foi uma lufada de emoções passar pela estrada de terra onde tantas vezes andamos de bicicleta. Avistar o riozinho onde descíamos para pegar argila. Sentir o cheiro de terra, pasto e fogão de lenha. Rever os amigos do sítio vizinho cuja maior riqueza é a simplicidade.

Nós até podemos sair do interior, vestir personagens, desbravar o mundo. Mas o interior, ainda bem, não sai da gente.

Meu jardim de Giverny

Meu jardim de Giverny


16 Comentários on “Raízes”

  1. Lisi Cardoso disse:

    Somos duas. Ainda tenho meu pedaço de terra lá no Alegrete… Sempre será o melhor lugar do mundo.

  2. Mara Garcia disse:

    ConcoRRRRRdo plenamente, a poRRRRta do coração sempre abeRRRRta para as boas lembranças.

  3. Aline disse:

    Que lindo, Débora!!! é essas pequenas lembranças que fazem toda a diferença na nossa vida!! bjs menina da porteira! hehe…

  4. Marília disse:

    Jô, totalmente compreendido e internalizado. A parte do sotaque, placa do carro, título de eleitor….. e eu achava q era a única resistente hehehe :D love you
    E fora tudo isso, o gostinho é até melhor qdo voltamos, aquela nostalgia de um tempo q não volta, como se só restassem boas lembranças. Eu bem sei o que é isso….

    • deborazampier disse:

      Até nisso somos almas irmãs Jojo! Ainda bem que você me entende de cabo (interior girls) a rabo (moças brasilienses pelo destino), passando por todos os valores e inquietações mais que muito iguais. Amor, Jobileine

  5. Maira disse:

    Adorei o post Tinho!! Ótimas lembranças descritas de maneira simples e com muito carinho!! Bjs

  6. Renata disse:

    Dé que lindo !!!! Estamos aqui na casa da Lu almoçando e acabei de ler para todos seu texto !!!! Quanta emoção !!!! As lágrimas rolaram ….. rsrsrs …. Amamos vc boa viagem !!!! Sucesso !!!!! Bjosss Re, Du, Lu, Cuco e Tata !!!!!

  7. Lócis disse:

    Esta é você, a doce e querida Débora, aque amo de forma incondicional.

  8. Dalva disse:

    Lindo! Amei, amo e amarei para sempre…


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