O bem da viagem

Escrevo esse post depois de bater um longo papo com uma pessoa muito querida. Falamos por videochat, coisa que pouco faço porque não tenho muita paciência de ficar conversando com um notebook. Deve ser alguém da família ou uma grande amiga, você pensa. Pois olha só, conheci essa pessoa hoje mesmo, quando ligamos a tela do computador. Fomos apresentadas por um amigo em comum e  falamos sobre a experiência dela na Índia.

A coisa maravilhosa de investir em uma viagem longa é que entramos em outra voltagem imediatamente após a decisão. Passamos a vida criando hábitos, e, um belo dia, a nova ordem é que cada movimento se torna especial e fora da rotina. Tudo vale a pena.

Ainda nem saí de Brasília e já conheci mais gente no último mês que nos últimos dois anos. Retomei contato com amigos queridos que eu não via ou falava há séculos. A relação com pessoas do meu convívio cotidiano passou do usual piloto automático para promessas já nostálgicas de encontros futuros. Me emocionei nesta semana ao vestir um suéter tricotado pela minha mãe. Ao ver a primeira foto da antiga equipe de trabalho sem mim. Ao pensar em quem fica.

Sem falar na energia positiva que se instala na sua volta. Perdi a conta de quantas palavras, e-mails e mensagens de carinho e de incentivo chegaram até aqui. As pessoas ficam genuinamente felizes de saber que ainda é possível realizar sonhos. E eu fico genuinamente feliz de despertar isso nelas, esperando uma nova onda de boas novas.