Raízes
Publicado; 29/09/2013 Arquivado em: Pré-viagem 16 ComentáriosMesmo depois de 10 anos em Brasília, sempre que alguém me pergunta de onde sou, não tenho dúvidas: Fernandópolis, onde vivi dos 3 aos 17 anos. Mantenho o sotaque puxado, não transferi meu título de eleitor, não troquei a placa do carro. Não mudei o jeito meio bronco, direto, de gargalhada alta, ainda que o ambiente exija modos – em Brasília, toda aparências, quase sempre.
Quando pequena, meus avós moravam em uma chácara nas cercanias, o meu Sítio do Pica Pau Amarelo. Me empoleirava no tronco da goiabeira, corria atrás das galinhas, fazia expedições nas plantações e no pasto. Aí veio a adolescência, outras prioridades, a mudança para Brasília. Meus avós voltaram para a cidade.
Depois de adiar mais que devia, ontem voltei lá. Foi uma lufada de emoções passar pela estrada de terra onde tantas vezes andamos de bicicleta. Avistar o riozinho onde descíamos para pegar argila. Sentir o cheiro de terra, pasto e fogão de lenha. Rever os amigos do sítio vizinho cuja maior riqueza é a simplicidade.
Nós até podemos sair do interior, vestir personagens, desbravar o mundo. Mas o interior, ainda bem, não sai da gente.