Mochilagem de luxo
Publicado; 13/09/2013 Arquivado em: Pré-viagem | Tags: Backpackers, Bagagem para mochilão, Mochileiros, Planejamento de viagem Deixe um comentárioSabe aquela imagem de que mochileiro é aquele povo meio sem eira nem beira que fica zanzando por aí?
Esquece. Porque olha, é um investimento viu. Estava repassando as recentes aquisições e o que ainda precisa ser comprado e confesso que os valores ficaram longe da ideia de que para viajar basta ~espírito aventureiro~.
Imagina que você vai carregar seu guarda roupa nas costas por um ano. Ele tem que ser leve, funcional, resistente. E o mercado dessa parafernalha tecnológica é tão sedutor quanto extorsivo aos pobres bolsos andarilhos.
Calça anti-UV que vira short? R$ 180. Meia de lã de merino (?) que evita bolhas? R$ 78 o par. Mochilão resistente com milhões de compartimentos? R$ 600. Bota impermeável com sistema anti-fatigue? R$ 450. Casaco corta vento e corta chuva com capuz estruturado? R$ 300. Conjunto de segunda pele térmica com íons de prata que evitam odores indesejáveis pelo uso contínuo? R$ 220.
Quando fechar toda a bagagem, divido por aqui e aproveito para abrir um crowdfunding. Enquanto isso, eis o link do ótimo post do E se fôssemos para, que me guiou lindamente nessa etapa do que levar. O pessoal já está há meses na estrada e sabe direitinho o que funciona e o que não funciona, coisa maravilhosa.
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p.s.: tinha falado em um post anterior que não conhecia loja de apetrechos para mochileiros em Brasília. Pois achei a Ibiti (311 norte, subsolo do Bloco E). Tem muita coisa bacana, mas os preços, bom, são esses aí de cima.
Por que outubro?
Publicado; 12/09/2013 Arquivado em: Índia, Pré-viagem | Tags: Brahma, Diwali, Dussehra, Festivais da Índia, Holi, Monções, Pushkar Fair Deixe um comentárioNinguém entendeu muito quando marquei o começo da epopeia para outubro, um mês normal para nós brasileiros. Mas como tudo na viagem, isso também tinha sua razão de ser.
Primeiro veio o clima. A melhor época para visitar a Índia, nosso ponto de partida, é entre outubro e janeiro. É um período mais fresco que chega logo após as monções, fenômeno que conhecemos bem pela televisão. As chuvas caem forte entre junho e setembro, deixando rastros de inundações e caos em várias partes do país. Também percebi ser prudente evitar a época entre março e maio, quando não é raro os termômetros marcarem 45 graus (sorry, Rio).
O segundo quesito foi cultural. Claro que a Índia tem festivais o ano inteiro, mas percebi que havia uma concentração interessante nesse período. Logo na minha chegada a Delhi, em meados de outubro, tem o Dussehra. Essa festa é super popular e ganha nomes diferentes em outras partes do país. Resumidamente, os indianos comemoram a vitória do bem sobre o mal.
No começo de novembro tem o Diwali, o Festival das Luzes. Mais uma vez, as divindades são o foco das comemorações, turbinadas com fogos de artifício, procissões e iluminação especial nos prédios tradicionais.
Saindo do campo religioso, em meados de novembro tem a Feira de Pushkar. Se na maior parte do ano essa pequena cidade do Rajastão atrai fieis para visitar um dos raros templos dedicados ao deus Brahma, na época da feira ela atrai milhares de comerciantes interessados em negociar camelos e gado, algo que lembra remotamente nossas feiras agropecuárias. Só adiciona aí umas toneladas de exotismo.
Infelizmente, o Holi vai ter que ficar para a próxima. Espécie de Carmaval dos indianos, o Festival das Cores acontece em março celebrando a chegada da primavera. Sempre foi um dos meus preferidos pelas imagens lindas que chegam de lá, com o povo na rua coberto de pó colorido e de tinta dos pés à cabeça. O festival se popularizou tanto pelo mundo que já soube de pelo menos duas versões em São Paulo apenas neste ano.
Como não amar esse país festeiro?
Finanças e a arte de ser conservadora
Publicado; 11/09/2013 Arquivado em: Pré-viagem | Tags: Ásia, big trip, gastos, Planejamento de viagem 5 ComentáriosTodos querem saber como vou me manter durante a viagem. Juro que queria apresentar tabelas, gráficos e fórmulas mágicas de gastos e economias, mas confesso que não sou parâmetro para quem começou o planejamento financeiro meses antes de ir.
Como já devem ter percebido, a vontade de passar um tempo fora não é um surto que surgiu do nada. Sempre insisti nisso, e dadas as negativas frequentes dos meus pais, adotei o clássico: “Quando tiver meu dinheiro, eu vou”. Acabou que esses vetos lá de casa tiveram um ótimo efeito pedagógico. Criei senso de responsabilidade para ir economizando desde cedo, sem precisar me privar de nada que era fundamental.
Outra característica que me exclui de possíveis referências é a paranoia conservadora que tenho em relação a dinheiro. Muitos viajantes acham bem ok guardar uma quantia mínima e depois se virar, passando perrengue se necessário. Eu já sou dessas que precisam de um bom colchão de reserva para ficar tranquila, inclusive para manter tudo sob controle na volta.
Mas a boa notícia é que a Ásia é um continente muito barato. A Rachel Verano, jornalista tarimbadíssima de turismo e lifestyle e autora do delicioso blog I’m In Asia Now (inspiração-mor para essa viagem sair do papel), disse que o gasto para duas pessoas, incluídos os deslocamentos internos, não passou de 1500 euros por mês. “Uma amiga fez a volta ao mundo sozinha num esquema bem mochilão e fez cálculos de US$ 1.000 por mês, em média”, completou, em uma das mensagens que trocamos.
Animados?
O que queremos
Publicado; 10/09/2013 Arquivado em: Pré-viagem 2 ComentáriosMinha amiga disse ontem que adorou ser citada no post 2013. Talvez porque moramos longe, talvez porque nos falamos menos do que devíamos, ela não saiba exatamente porque está no hall eterno das pessoas queridas.
Quando cheguei do interior de São Paulo, tinha pouco mais a oferecer que expectativas exageradas e promessas de boas risadas. Já ela tinha tudo, e ainda assim arrumou espaço para me acolher e fazer da minha Brasília um lugar melhor.
Nos últimos anos, e especialmente nessa fase pré-viagem, outras pessoas assim apareceram, ajudando e incluindo sem pedir nada em troca. E eu sempre me surpreendo, dado o contraponto com a inclinação meio egoísta da realidade em que vivemos.
Adoramos quando somos bem tratados por um estranho, mas a motivação para ajudar um desconhecido não é lá das melhores. Esperamos que nossos amigos movam montanhas, mas não é raro estarmos super ocupados quando eles precisam de alguma coisa. Desejamos ser queridos por todos, mas mal paramos para ouvir o outro com mais atenção.
Esse sabático não é apenas uma quebra de rotina. É o momento de consolidar valores para toda a vida.
9 de setembro
Publicado; 09/09/2013 Arquivado em: Pré-viagem 6 ComentáriosHoje é um data especial por aqui. Nesse mesmo dia 9, só que de outubro, embarco rumo a Delhi com uma mochila pequena para carregar o caminhão de sentimentos e de pensamentos que vai comigo.
E numa mesma segunda-feira, só que da semana passada, a mundolândia era apresentada oficialmente ao mundo. Desde então, não paro de me surpreender com o carinho dos amigos que me acompanham por aqui.
Obrigada, gente!
A tortura da logística
Publicado; 08/09/2013 Arquivado em: Índia, China, Cingapura, Maldivas, Pré-viagem | Tags: Logística de viagem, Planejamento de viagem 4 ComentáriosUm ano de viagem. Tempo de sobra para ver muita coisa, né? Hm, nem tanto.
Como vocês já devem ter percebido no roteiro, são 16 países em 12 meses, uma conta apertada de menos de um país por mês. A situação dá uma aliviada porque a passagem vai ser mais rápida em alguns lugares. Butão e Maldivas, cujos custos são super altos, vão receber menos de uma semana. Cingapura, que é menorzinha, também deve demandar bem menos de um mês.
Por outro lado, países de dimensões continentais, como Índia e China, são um desafio logístico a parte. Só para a Índia foram reservados três meses. Parecia mais que suficiente até começar a marcar no mapa as cidades/pontos de interesse.
Cheguei a um assombroso número de 64, uma média de 1,4 dia por cidade (!!!). Junte isso à tentativa de encaixar deslocamento geográfico com os períodos de festivais e ao quebra-cabeça para minimizar os riscos de segurança, e você chega a uma pessoa que já não tem unhas para roer há um bom tempo.
A conclusão é que alguma coisa vai ficar para trás, mas aí vem a tortura de pesar o que é mais importante quando tudo parece merecer uma visita, “já que vai estar lá mesmo”. E eis mais uma reflexão para o capítulo de que viagem e relaxamento nem sempre caminham juntos.
O dia do deus-elefante
Publicado; 07/09/2013 Arquivado em: Índia, Pré-viagem | Tags: Ganesh Chaturthi 2 ComentáriosMinha caixa de entrada acaba de dizer uma verdade contundente: “Filha, você já está com um pé lá e outro cá”. Recebi um simpático email de uma agência de viagem indiana com a mensagem “Happy Ganesh Chaturthi!”. Por outro lado, nenhuma mensagem de empresa ou órgão brasileiro comemorando o Dia da Independência.
É curioso pensar que nossas tradicionais festividades passam batidas para bilhões de pessoas de outras culturas. Achei graça esses dias quando pesquisava futuras datas de palestras do Dalai Lama. Elas foram encaixadas, aleatoriamente, entre 25 de dezembro e 3 de janeiro.
Por outro lado, nós ocidentais mal temos notícia do que mobiliza as pessoas do outro lado do mundo. O hinduísmo e seus milhões de deuses, avatares e festividades, por exemplo, parecem algo muito exótico e complexo para entender. Realmente é, mas aí que está a parte boa.
Representado com corpo humano e cabeça de elefante, Ganesha surgiu de um acidente provocado por um marido ciumento. Enquanto tomava banho, a deusa Parvati pediu para um menino vigiar a porta. Quando seu marido Shiva chegou e viu o rapaz, cortou a cabeça dele. Indignada, Parvati exigiu que algo fosse feito e Shiva mandou seus guardas trazerem a cabeça do primeiro ser vivo que encontrassem pelo caminho. O resto vocês já imaginam.
Segundo a jornalista Florência Costa (comprem Os Indianos!), o Ganesha Chaturthi é um dos festivais mais populares da Índia moderna, celebrado com especial dedicação em Mumbai, capital financeira da Índia. O deus-elefante simboliza a prosperidade, a sabedoria e a inteligência, além de ser considerado um removedor de obstáculos poderoso. Tudo a ver com os ideais emergentes despertados pelo crescimento econômico indiano das últimas décadas.
Em 2013, o festival será comemorado na segunda-feira (9). Feliz dia do deus-elefante, gente!
Sudeste Asiático express
Publicado; 06/09/2013 Arquivado em: Cingapura, Filipinas, Indonésia, Malásia, Mianmar, Pré-viagem, Tailândia, Vietnã | Tags: Asean Deixe um comentárioHoje não vou falar de ir para o outro lado do mundo, e sim de aproveitar quando o outro lado do mundo vem até nós. Porque nem sempre é preciso colocar uma mochila nas costas e torrar um dinheirão para conhecer um pouco mais de culturas tão incríveis.
No próximo dia 14 de setembro (sábado), sete dos 10 países que formam a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês) vão fazer um festival gastronômico e cultural em Brasília em comemoração ao 46º aniversário da entidade. As portas da Embaixada das Filipinas estarão abertas entre 11h e 15h30 para apresentações culturais, jogos e comidas típicas, com entrada gratuita.
Todos os sete países que participam do evento estão na minha rota de viagem: Cingapura, Indonésia, Malásia, Mianmar, Filipinas, Tailândia e Vietnã. Mesmo antes de chegar lá, posso dizer que as pessoas com quem já tive contato são das mais hospitaleiras e simpáticas (e a comida do Sudeste Asiático, bom, é um capítulo a parte de boas surpresas).
A Asean foi criada em 1967 com o objetivo de acelerar o crescimento econômico dos países membros e para promover paz, estabilidade e colaboração em diversas áreas. Atualmente, além dos sete países já citados, também é formada por Brunei, Laos e Camboja, que não vão participar da festança porque não têm representação diplomática em Brasília.
A Embaixada das Filipinas fica no Setor de Embaixadas Norte, Lote 1 (perto do Iate Clube).
O bem da viagem
Publicado; 05/09/2013 Arquivado em: Pré-viagem 8 ComentáriosEscrevo esse post depois de bater um longo papo com uma pessoa muito querida. Falamos por videochat, coisa que pouco faço porque não tenho muita paciência de ficar conversando com um notebook. Deve ser alguém da família ou uma grande amiga, você pensa. Pois olha só, conheci essa pessoa hoje mesmo, quando ligamos a tela do computador. Fomos apresentadas por um amigo em comum e falamos sobre a experiência dela na Índia.
A coisa maravilhosa de investir em uma viagem longa é que entramos em outra voltagem imediatamente após a decisão. Passamos a vida criando hábitos, e, um belo dia, a nova ordem é que cada movimento se torna especial e fora da rotina. Tudo vale a pena.
Ainda nem saí de Brasília e já conheci mais gente no último mês que nos últimos dois anos. Retomei contato com amigos queridos que eu não via ou falava há séculos. A relação com pessoas do meu convívio cotidiano passou do usual piloto automático para promessas já nostálgicas de encontros futuros. Me emocionei nesta semana ao vestir um suéter tricotado pela minha mãe. Ao ver a primeira foto da antiga equipe de trabalho sem mim. Ao pensar em quem fica.
Sem falar na energia positiva que se instala na sua volta. Perdi a conta de quantas palavras, e-mails e mensagens de carinho e de incentivo chegaram até aqui. As pessoas ficam genuinamente felizes de saber que ainda é possível realizar sonhos. E eu fico genuinamente feliz de despertar isso nelas, esperando uma nova onda de boas novas.
Vistos – Índia, Sri Lanka e Maldivas
Publicado; 04/09/2013 Arquivado em: Índia, Maldivas, Pré-viagem, Sri Lanka | Tags: Índia, Maldivas, Sri Lanka, vistos Deixe um comentárioPoupando horas de pesquisa dos leitores viajantes, parte 1.
Índia – Exige visto de brasileiros. O Consulado Geral em São Paulo atende São Paulo, Rio de Janeiro e os estados do Sul, enquanto a Embaixada da Índia em Brasília todos os demais estados. Ambos aceitam envio de documentação pelos Correios. Em Brasília é possível se apresentar pessoalmente e as taxas podem ser pagas em dinheiro (direto na Embaixada) ou em cheque administrativo. São Paulo só aceita depósito em conta e o atendimento personalizado é liberado apenas para emergências.
São diversos tipos, taxas e períodos de duração de visto, dependendo do perfil do visitante (turista, negócios, estudantes, trabalho, jornalista, voluntários, etc) e dos locais visitados (há várias áreas protegidas que exigem pedidos específicos). Em São Paulo, por exemplo, um visto básico para turista, com duração de seis meses e múltiplas entradas, sai por R$ 185 com todas as taxas inclusas, e geralmente é expedido em um dia (sem contar o período de trânsito pelos Correios). Detalhe importante: a validade do visto indiano começa a correr a partir da data de expedição, e não de entrada no país.
Sri Lanka – Tem um sistema online de vistos para entradas de até 30 dias. A taxa geral é de 30 dólares, e pode ser paga com cartões de crédito das principais bandeiras. O prazo do visto começa a contar a partir da data de chegada ao país.
Maldivas – O visto de 30 dias é emitido na chegada, gratuitamente, para todos os visitantes. É preciso apresentar passaporte, comprovante de passagem de volta e de fundos suficientes para permanência no país (150 dólares por dia ou confirmação de reserva em hotel ou resort).
*informações atualizadas até agosto de 2013














