A ilha dos indecisos

Uma coisa que a Tailândia vem ensinando: muita oferta de lazer também pode estressar um viajante mochileiro. Com mais de 700 ilhas e sabe-se lá quantas praias, escolher a próxima parada virou uma angústia cotidiana. As coisas vão mudando rápido, os guias ficam desatualizados e os preços de locomoção/hospedagem chegam a ser proibitivos em alguns destinos (padrões mochileiros, claro).

Escolha certeira para os amantes do mergulho, a costa fica complicada para quem não tem condições físicas/psicológicas de passar dias embarcado pulando de ilha em ilha. Aí tem as daytrips tumultuadas e caras, ou a opção de escolher um lugar sem saber direito como serão as condições de hospedagem. Praia/ilha muito cheias não é bom, muito vazias também não. Por fim, a tentativa de acertar o estilão de público que agrade.

Estava em um desses dias confusos quando esbarrei nesta matéria. A descrição de Koh Lanta fez sentido: “Melhor para: quando você não consegue se decidir”.
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Com mais de 30 quilômetros de alto a baixo, dizem que começou a ser frequentada por hippies na década de 1980 e que a energia elétrica chegou só em 1996. Mas como disse lá em cima, esqueça esse cenário inexplorado porque tudo mudou (muito embora grande parte da ilha ainda fique desativada na baixa estação, entre maio e outubro).

Hoje Koh Lanta é uma mistura de praias que variam do turistão ao quase deserto (sentido norte-sul), passando por resorts arrumados, bangalôs quero-ser-chique e quartos-palafitas.
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O público é um liquidificador: casais em lua-de-mel, famílias com adolescentes, famílias com pequenos, idosos tradicionais, ex-hippies, mochileiros jovens. É meio estranho ver crianças brincando com cachorros perto de placas que anunciam happy joint/banglassi/happy brownie, mas faz sentido no contexto.

Se o público parece diversificado, mais interessante ainda é a composição local. Destoando de todas as ilhas visitadas até então, a maioria é muçulmana (80%, segundo um site de lá). Só que também tem os budistas, a antiga vila com forte acento chinês e a outra de ciganos do mar.
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Koh Lanta tem um monte de lojas, restaurantes e terrenos para venda ou em construção, mas também uma reserva ecológica enorme, elefantes e praias com acesso semi-escondido. Não é exatamente paradisíaca, mas tem um não-sei-quê de charme. Depois de Bangkok, foi o único lugar onde me senti menos turista.

p.s.: ideal para motociclistas.


6 Comentários on “A ilha dos indecisos”

  1. Bizie disse:

    Eu seria uma que enlouqueceria no meio de tantas opções e escolhas necessárias, já que quase nunca dá pra se conhecer “tudo”. Já sofri só de ler! Mas peraí… vc disse elefantes???

  2. Aline disse:

    É um lugar tão lindo! Essa indecisão de uma certa forma é bem legal!! rss..bjs

  3. Maira disse:

    Como sou indecisa não posso incluir este roteiro nas minhas viagens rs… agora para você que ADORA pesquisar olhar tudo deve estar ficando “doidinha”!
    Bjs e volta logo!


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