A dois (irredutíveis) passos
Publicado; 24/03/2014 Arquivado em: Tailândia | Tags: Koh Phi Phi 6 Comentários
No filme A Praia, um dos personagens afirma que, se existe um lugar intocado na Terra, basta aparecer no Lonely Planet para tudo se perder. Ironicamente, não foi o infame guia, e sim a própria produção hollywoodiana que selou o destino do paraíso em pane conhecido por Koh Phi Phi.
Não fosse a película, nem festeiros do mundo todo e seus buckets, nem barulhentas famílias tailandesas em daytrips, nem idosos ocidentais endinheirados, dariam tanta atenção ao tesouro escondido no lado tailandês do Mar de Andaman. Mas bastou Leonardo Di Caprio aparecer e pronto, fez se a sanha mercenário-hedonista em torno do nome que personificou a praia perfeita narrada no livro de Alex Garland. E lá se vão 14 anos de carga pesada, tsunami devastador (2004) incluso.
A duas horas de ferry e 45 minutos de lancha do continente, as formações rochosas calcárias plantadas no oceano vão surgindo em nítido estourado como uma montagem em chroma-key. Zumbindo aqui e ali, barcos flutuam coloridos como peixinhos de pescaria junina e devem ser considerados parte indissociável do cenário.
O fluxo de gente chegando e saindo das ilhas é super, os preços idem. Nos pontos para mergulho, o que de longe parecia azul turquesa de perto é meio turvo e tem uma fina camada marrom-óleo. Turistas ansiosos para ver o “nemo” atiram comida ao mar sem parar, falam sem parar, gritam sem parar. Nem o pássaro que flutua lá de cima escapa: seu ninho-iguaria é negociado a peso de ouro na indústria alimentícia chinesa.
Se vale a pena? Ao entrar na Baía de Pi-Leh, não teve ronco de motor, não teve grito de gente, que fez conter as lágrimas de encantamento.
p.s.: Ele também acha que tem algo errado ali, e isso ainda em 2009.
O quanto poderia ser ainda mais maravilhoso, como deve ter sido
Zé, tentei fazer esse exercício mental de remover pessoas barulhos e barcos do cenário e quando funcionou foi assim, nossa. Pensei nos primeiros navegadores ocidentais que acharam isso. Devem ter todos morrido de infarto por beleza aguda. Bjbj
Amei a legenda da primeira foto! haha Seus textos estão demais, amorzo!! Mil beijos!
Hahaha mas juro que a sensação é de que a praia está mais para os barcos que para nós, muito engraçado! Saudade enorme! Smack!
E aí Tinho, gostou ou não da praia?
Mal de jornalista não emitir opinião, só relatar o que viu hehe e olha que o enquadramento das cenas já é uma boa forma de edição! Bj