Não sei, não sei

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Ruínas de Polonnaruwa: 25 doletas + tarado de brinde

O Sri Lanka já vai pela metade e ainda não sei o que sinto pelo país.

De repente criei muita expectativa com o melhor destino de 2013 segundo publicações especializadas e um casal de ingleses que conheci em Calcutá. De repente cheguei depois da Índia, que não tem comparação. De repente tenho apenas três semanas e tudo vai meio corrido.

A parte boa? Variedade de atrações em uma ilha relativamente pequena (são 434 km norte/sul e 227km leste/oeste), com oito patrimônios reconhecidos pela Unesco. Tem montanha, praia, parques nacionais, sítios arqueológicos AC/DC e a interessante herança religiosa puxada por um budismo diferente, onde quase não vejo monges, os seguidores andam de branco impecável de propaganda de sabão em pó e é possível encontrar Shiva e Ganesha no mesmo altar do príncipe Siddharta.

Quanto ao aparte, sinto que o Sri Lanka ainda não está tinindo para receber o público mochileiro, e essa não é uma reclamação só minha. Com a recente abertura depois de anos de guerra civil, parece que tudo está sendo direcionado para pinçar dólares e euros do pessoal em férias, que chega aqui aos montes disposto a gastar em nome da experiência à jato. E o país trata de aproveitar a modinha botando os preços acima do que realmente valem.

Por exemplo, não tem como amar plenamente um lugar onde cada atração depena entre 25 a 30 dólares dos visitantes além-mar (o preço em dólar mesmo, para você entender bem com quem eles estão falando). A preguiça maior não é nem pagar, mas saber que o valor não condiz com a realidade econômica local e que a extorsão é voltada a você, turista estrangeiro.

A hospedagem é outro porém. Meio cara, sem muitas opções para backpackers solitários nos sites de reserva online e sem muitas referências, o jeito é chegar explorando com o trambolhão nas costas, o que nem sempre é uma boa ideia para mulheres sozinhas.  Já teve dia que, 18h30 e debaixo de chuva, ainda não tinha onde ficar. Já teve hotel escolhido ao acaso onde o recepcionista pegou meu telefone na ficha de registro e ficou mandando mensagens cheio de amor para dar.

Falando nisso, os homens daqui  me parecem mais atirados que na temida Índia.  Esse foi justamente o motivo do meu segundo imbróglio com a polícia local em menos de uma semana. O cara achou de bom tom fazer gestos obscenos para mim em diferentes pontos de um sítio arqueológico do século 10 (desses que custaram 25 dólares para entrar e deveriam ser superseguros). Após ser localizado na mata, levou um esfrega generalizado e deve ter aprendido a nunca mais mexer com mulheres sozinhas. Ou assim espero.

Sei que estou meio anticlímax, mas às vezes é bom falar francamente e mostrar que a a vida por estas bandas nem  sempre é um episódio colorido e feliz do National Geographic.

Mas amanhã volto com o Sri NatGeo, bem colorido e feliz, prometo.


6 Comentários on “Não sei, não sei”

  1. Maira disse:

    Tinho, não vai me dizer que quando viu o tarado do parque não sentiu falta da sua irmã gritando HELPPP hehehe!
    Se cuida aí!
    Bjs

  2. Leo Hallal disse:

    Querida Deb, isso ai é assim mesmo.
    Nem todos lugares serão fantásticos e é sempre preciso lidar com a realidade de cada dia. Tome cuidado, porque se estiver segura, cada país vira um passo numa longa caminhada ainda cheia de aventuras.
    Tente tirar o melhor.
    Os dias chuvosos refrescam.
    Merda é adubo!
    Boa viagem!

    • deborazampier disse:

      Haha valeu Leo! A parte boa é que está tudo verdadeiramente bem. Estou achando interessante observar as coisas com esse olhar crítico para o bem e para o mal, e o melhor, compartilhando tudo aqui! Bj!

  3. Dalva disse:

    Cuide-se bem! Perigos há por toda parte, e é bem delicado viver
    de uma forma ou de outra, é uma arte, como tudo…
    Cuide-se bem! Tem mil surpresas a espreita, em cada esquina mal iluminada
    Em cada rua estreita, do mundo…
    Cuide-se bem! Eu quero te ver com saúde, e sempre de bom humor
    E de boa vontade, com tudo…
    Pra nunca perder esse riso largo, e essa simpatia estampada no rosto…
    Mãe utilizando das palavras de Guilherme Arantes
    Bj


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