Nem vem

Quando eu digo Vietnã, que imagem te vem na cabeça? O tradicional chapéu-cone deslizando entre rios em bruma? Carpetes de bomba e cenas de Nascido para Matar? Pois olha, tem semanas que estou aqui e não paro de me surpreender com o país que vai com qualquer coisa, menos estereótipos.

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Ho Chi Minh City

As “duas“ capitais, Hanoi e Ho Chi Minh City, parecem não ter superado a divisão norte comunista/sul capitalista – e lá se vão 40 anos de unificação. A primeira é uma quase China, oriental kitsch dos pés à cabeça. Já a ex-Saigon foi rebatizada com o nome do líder vermelho para deixar de ser metida a ocidental, mas pelo jeito não funcionou muito não. E as irmãs adoram falar mal uma da outra, tipo Ruth e Raquel.

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Hanoi

No delta do Rio Mekong, o crash entre comunidades ribeirinhas e século 21 resultou em uma quantidade enorme de gente esparramada por todos os lados. Horas de ônibus entre uma cidade e outra e não vence a fila interminável de casas e lojas, muitas estacadas em cima da água.

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Can Tho

Dalat, com suas gordas bordas de jardins e estufas variadas, mostra que Vietnã rural e plantações de arroz nem sempre são sinônimos absolutos. E o que falta de charme na robótica praia de Nha Trang, completamente rendida à invasão de turistas russos, sobra na linda Hoi An, antigo centro portuário medieval. Menos de 50 quilômetros dalí e o Vietnã vira um Angkor B nas ruínas milenares de My Son, devastadas mais por bombas que pelo tempo. Ao norte fica Hue, última morada da última dinastia local, atropelada pela nova ordem mundial no pós-Segunda Guerra.

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Um dos imperadores de Hue, na época em que ser rei era legal

A então ultrabélica área central do país, batizada zona desmilitarizada (DMZ) por algum espirituoso, hoje ostenta orgulhosa seus túneis-esconderijos, campos de batalha e artigos de guerra em museus. Pelo oeste corre a trilha Ho Chi Minh, sequência de morros e montanhas que culmina com a maior caverna do mundo, Son Doong, no parque nacional de Phong Nha. Quem não tem 3 mil dólares para conhecê-la pode se refastelar com as outras cavernas e rios da região, das mais lindas do país.

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Túneis de Vinh Moc na antiga DMZ

No norte, a requisitada Baía de Halong e suas famosas formações rochosas cravadas no mar fazem jus ao fluxo intenso de turistas em cruzeiros sempre lotados. E já tem um tempo que a região de Sapa e seus terraços de arroz esculpidos nas montanhas deixaram de ser o remoto Vietnã reservado às minorias étnicas. Hoje é quase sinônimo de trekking e de homestay.

Resumindo, não me venham perguntar o que escolher em poucos dias por aqui. Não dá, não dá.

***
p.s.: estava encafifada com o tanto de gente nesse Vietnã, povoadíssimo que eu nem imaginava. Fui pesquisar e deu isso: com uma área 25 vezes menor que a do Brasil, a população é só duas vezes menor que a nossa.

p.s.2: perdido no mapa? Confira minhas andanças em tempo real aqui!

p.s.3: já deu uma olhada no Flickr na coluna aqui do lado? Os álbuns estão tinindo de novos!


4 Comentários on “Nem vem”

  1. Aline disse:

    Olhando as fotos no Flickr ficou aqui pensando.. como esse mundo é GRANDE!! que bom que está gostando… bjs.

  2. Cecília disse:

    Resumo: Vietnã seu lindo!!! eu disse, ehheheeh
    sim fiquei apaixonada pelo país :) hahaha
    bom saber que você está explorando o mundo e se surpreendendo

    • deborazampier disse:

      Sim amigue, e que bom que tem tanta coisa nova para ser descoberta, não tem nada que me deixe mais feliz que andar por aí e ver tanta coisa diferente! Saudadeeee!


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