Fuga ao paraíso dos pássaros

Vista ampla do parque, pelo mirante aéreo

Vista ampla do parque, pelo mirante aéreo

James, o fotografo sul-africano que buscava leopardos da neve no Ladakh, falou uma coisa que ficou marcada: quando você faz um safari pela primeira vez, é impossível parar.  A sensação de estar com os animais soltos no habitat deles desperta um instinto primitivo que nos faz sentir automaticamente integrados naquilo, explicou.

Hoje eu entendi o que ele quis dizer. Embora esteja mais ligada em concentrações urbanas/humanas nesta viagem, achei que seria uma pena passar tão perto de Bharatpur e não conferir o famoso santuário de pássaros da cidade. O guia descreve o passeio como “um santuário que até não ornitólogos precisam ver” e lembra que muitos visitantes destacam o lugar como ponto alto da viagem à Índia.

E olha, é difícil imaginar que isso tudo está ali, bem na beira da confusão da cidade. A infraestrutura do parque é supreendentemente boa, e é possível alugar uma bicicleta por pouco menos de R$ 2 para passar seis horas explorando as redondezas. Por ter dispensado o guia e os binóculos, fiquei com medo de não ver os animais, mas isso é impossível: eles estão por toda parte.

A estrada principal que corta o santuário é asfaltada e plana. Logo nas primeiras pedaladas, me senti entrando naquele desenho animado Rio: pássaros de várias espécies, voando e cantando juntos, uma lindeza só. E depois antílopes, porcos selvagens, cobras, tartarugas de casca mole, mini-esquilos, lagartos, veados… Tudo ali na beirinha da estrada, em cenários alagadiços incríveis que lembram o nosso Pantanal.

Depois de hoje, zoológico nunca mais.

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p.s.1: o álbum já está no Flickr!

p.s.: para quem me conhece e achou estranha essa história de bicicleta, adianto que caí, mas só uma vez. Porque a espertona já sabe manejar bem, aí inventa de pegar a máquina do bolso com a bicicleta em movimento. Tá de parabéns.