Sozinha, parte 2

Tem a colombiana linda que largou tudo para viver em ashrams na Índia

Tem o nepalês que trabalha na pousada, mas sonha voltar a ser guia de safaris

Tem o dinamarquês que investiu semanas em um estágio sobre assuntos culturais

Tem o francês que veio renovar seu visto chinês para continuar um estágio por lá

Tem dois amigos, um indiano e um inglês, viajando de férias depois de se conhecerem na universidade

Tem a australiana de folga do Médico Sem Fronteiras, planejando ir ao Everest com dois irmãos húngaros

Tem o alemão e o holandês que participavam de reuniões para deslanchar a nova empresa

Tem a brasileira trabalhando em uma empresa indiana com o amigo indiano

Tem a moçadinha animada dos Estados Unidos em um programa da faculdade

Tem o médico alemão que parou de ver sentido em ter dinheiro, mas não ter uma vida

Tem o bartender francês que junta dinheiro na alta temporada para viajar o mundo o resto do ano

Tem o casal de meia idade inglês que fica meio ano na Inglaterra e meio ano no sul da Índia dando aulas de meditação

Tem o fotógrafo sul-africano que viaja o mundo em busca de animais selvagens

Tem o colombiano tatuado que ficou viciado na Índia

Tem o inglês vivendo meses em comunidades isoladas para fazer seu PhD

Tem o rapaz sul-africano que optou por conhecer o mundo antes de administrar o que quer que seja

Tem a enfermeira finlandesa que largou tudo para ser discípula do guru em tempo integral

Tem a americana que veio fazer ioga e se encontrar em projetos sociais

Tem o alemão quarentão querendo saber onde está o verdadeiro Deus

Tem a neozelandesa viajando pelo mundo há nove anos

Tem o senhor francês hiperativo exilado em Bali que veio para uma antiga comunidade hippie

Tem os suíços fazendo um documentário sobre o Tibete

Tem o chinês que apoia a independência do Tibete

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O mais interessante de viajar sozinha por um país como a Índia é que todos os encontros valem a pena. Estar aqui é virar a chave para uma vida de possibilidades.