Chegando
Publicado; 19/07/2014 Arquivado em: China 4 ComentáriosNão precisava nem da escultura pontiaguda depois da ponte da imigração; a reviravolta que estava por vir dispensava introduções. Motos foram substituídas por Cherys, as prateleiras agora transbordam industrializados em plastiquinhos gosmentos supertemperados, luzes e vozes ganharam ritmo estroboscópico.
Rodovias assumiram status de super obras de engenharia. Pistas duplas expressas às vezes se abrem em túneis sequenciais, às vezes são suspensas por pilares para não incomodar as montanhas. A cidade considerada média têm três milhões de habitantes. Passo mais tempo tentando ir de um lugar para o outro que nos destinos em si.
Nos últimos meses convivi com famílias cheias de crianças, muitas multiplicadas à espera do primeiro menino. Agora estou com a geração de filhos únicos dos filhos únicos, aqueles que não têm irmãos nem tios nem primos, focos convergentes da ansiedade dos pais e dos avós. Foi-se o tempo das crianças soltas pela rua protegidas pelo acaso; aqui cada olhinho puxado é ostentado e mimado como o mais valioso bibelô, com o devido efeito social que isso traz.
Aqui o anjinho do chafariz é de verdade e segura uma escova de dente
Assim como no Brasil, pouquíssimos falam inglês, mas como improvisar com os rabisquinhos do mandarim? Até a pronúncia das ruas e das cidades é diferente, com o sério risco de cair no lugar errado por engano.
Às vezes nem a tradução dá jeito
Cafés e baguetes sumiram das ruas e agora é difícil achar uma variação dos restaurantes oleosos de macarrão/arroz frito. Banheiro só de agachar. Também sumiram as mulheres que se cobrem dos pés a cabeça pelo conservadorismo e pela “obsessão branca”. Aqui elas sobem nos tacones a bordo de roupas curtíssimas para comprar pão, para cuidar das crianças, para uma longa viagem de trem. Os homens suspendem a camiseta com a pança à mostra, mas hoje o moço vendia celular na loja do centro sem camiseta mesmo, só de short.
Bem-vindos à China.
Quiz do domingão
Publicado; 22/09/2013 Arquivado em: Índia, Camboja, China, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Maldivas, Mianmar, Mongólia, Nepal, Pré-viagem, Sri Lanka, Tailândia, Vietnã | Tags: Ásia, Desenvolvimento, IDH, ONU Deixe um comentárioHoje teve mais um daqueles eternos debates sobre a situação socioeconômica dos países do mochilão. Depois de reiterar que o Brasil não está tão distante dessas realidades, veio o desafio: “Então veja lá o IDH”.
A fórmula de cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano, usado pela Organização das Nações Unidas desde a década de 1990, não é unânime entre estudiosos. Mas não deixa de ser uma régua para os 186 países analisados – e adoramos uma lista, vai.
Divido o quiz com vocês para embalar esse domingão preguiçoso de sol escaldante. Façam suas apostas (respostas depois do mapa).
Destinos, pela ordem: Índia, Sri Lanka, Maldivas, Nepal, Butão, Tailândia, Mianmar, Laos, Camboja, Vietnã, Malásia, Cingapura, Indonésia, Filipinas, China, Mongólia.
Posição dos países no ranking: 13º Hong Kong (China); 18º Cingapura; 64º Malásia; 85º Brasil; 92º Sri Lanka; 101º China; 103º Tailândia; 104º Maldivas; 108º Mongólia; 114º Filipinas; 121º Indonésia; 127º Vietnã; 136º Índia; 138º Laos e Camboja; 140º Butão; 149º Mianmar; 157º Nepal.
A tortura da logística
Publicado; 08/09/2013 Arquivado em: Índia, China, Cingapura, Maldivas, Pré-viagem | Tags: Logística de viagem, Planejamento de viagem 4 ComentáriosUm ano de viagem. Tempo de sobra para ver muita coisa, né? Hm, nem tanto.
Como vocês já devem ter percebido no roteiro, são 16 países em 12 meses, uma conta apertada de menos de um país por mês. A situação dá uma aliviada porque a passagem vai ser mais rápida em alguns lugares. Butão e Maldivas, cujos custos são super altos, vão receber menos de uma semana. Cingapura, que é menorzinha, também deve demandar bem menos de um mês.
Por outro lado, países de dimensões continentais, como Índia e China, são um desafio logístico a parte. Só para a Índia foram reservados três meses. Parecia mais que suficiente até começar a marcar no mapa as cidades/pontos de interesse.
Cheguei a um assombroso número de 64, uma média de 1,4 dia por cidade (!!!). Junte isso à tentativa de encaixar deslocamento geográfico com os períodos de festivais e ao quebra-cabeça para minimizar os riscos de segurança, e você chega a uma pessoa que já não tem unhas para roer há um bom tempo.
A conclusão é que alguma coisa vai ficar para trás, mas aí vem a tortura de pesar o que é mais importante quando tudo parece merecer uma visita, “já que vai estar lá mesmo”. E eis mais uma reflexão para o capítulo de que viagem e relaxamento nem sempre caminham juntos.