Vai Camboja!
Publicado; 15/06/2014 Arquivado em: Camboja 2 ComentáriosO Camboja passou rápido ou não peguei direito? Era isso mesmo?
Por dificuldades de logística e tempo, o “leste selvagem” ficou para trás, mas sei lá se isso resolveria. Talvez seja mais complicado, um negócio que só como visitante não adianta.
O Camboja é mais urbano que o Laos e aparenta mais estrutura turística, mas fica a sensação de que, por trás de um incipiente desenvolvimento, o que tem mesmo é mais miséria humana. Mais gente pedindo dinheiro nas ruas, mais cada um por si, mais sujeira, mais insegurança. Compreensível em um país onde pessoas foram animalizadas até pouco tempo, matando para continuarem vivas, roubando para não morrerem de fome.
Só soube depois que significativa parte das terras públicas e dos negócios locais está disposta em leasings de até 99 anos para exploração privada/estrangeira. Ou seja, não basta a invasão francesa de quase século. Não basta guerra civil. Não basta o Khmer Vermelho. A impressão é de que o Camboja ainda não é dos cambojanos e não será por um bom tempo. Forças invisíveis parecem impedir o desenvolvimento coletivo em prol do dinheiro fácil na mão de poucos. E o amanhã segue incerto para o pais que ainda cata os pedaços do ontem.
Diz que a bilheteria dos templos de Angkor, a vaca gorda do pais, está enrolada na mão de uma empresa que ninguém sabe bem como chegou lá. Praias e ilhas da magnífica costa sul foram cedidas para exploração de grupos que prometem acabar com qualquer vestígio de paraíso rústico, mirando turistas endinheirados (imagine Phuket, na Tailândia). Os moradores que resistem não fazem qualquer melhoria esperando o despejo dentro em pouco. E aí as praias, que de longe são a coisa mais linda do mundo, de perto estão sujas e acochambradas.
E Kep? Balneário de gente rica na era França, foi depenada no pós-Khmer Rouge. Cercada de morros, verde e mar, a antiga formosa hoje está mais para locação de terror B, com suas entranhas de concreto à mostra. Diz que estão segurando tudo para especular.
Mas quero acreditar que as coisas vão melhorar. Os cambojanos são alegres e boa gente, tem muitas ONGs atuando ali. Só não sei se posso dizer que é uma questão de tempo, considerando essa humanidade reincidente em andar para trás. Eu reincido na fé no futuro.
ps: já no Vietnã! Acompanhem minhas andanças pelo link da aba Roteiro!
Você conseguiu resumir o sentimento que temos ao visitar o país, é muito bonito e muito triste. A miséria humana é bastante afloradapor todos os cantos, triste, ao mesmo tempo as pessoas são amáveis e o que transparece é que apesar de sofridas são felizes. To amando cada vez mais seus textos! Uhuuu saudades
Que bom que batemos na percepção do país Ci! Vamos torcer pelos cambojanos, eles merecem um futuro tranquilo e feliz. Saudade de você também! Bj