A minha China
Publicado; 15/09/2014 Arquivado em: China 5 ComentáriosDepois de tanto tempo na estrada, relativizei o mês seguinte e achei que seria mais um. Que entraria e sairia com uns exotismos para contar e só.
Eu que pensava saber de antemão das multidões, das metrópoles, da potência econômica, do rolinho primavera, precisei formatar e reiniciar várias vezes para equilibrar a equação espírito aguçado/corpo desgastado. Porque diferentemente das ex-colônias visitadas até ali, a China continental é Oriente puro, complexa demais para dar muita brecha à globalização.
As atrações turísticas viraram mero liga-pontos entre situações inusitadas de eficácia comprovada. Ficar presa no engarrafamento de gente, chegar a uma cidade inundada, esperar dez horas por um trem, tudo fazia sentido porque eles, os chineses, estavam comigo. A sempre idealizada vida do outro lado do mundo acontecia bem do meu lado.
Confesso que esperava uma interação mais difícil, nosso contato até então limitado às notícias de jornal e às chinatowns. Mas se as novelas estão certas, enganos desfeitos são os melhores catalisadores para histórias de amor. O coração transbordava quando eles se aproximavam com o inglês meio roto, tímidos quando não encontravam a palavra certa. “Queremos que os visitantes sintam-se bem-vindos”, era o que ouvia a cada nova gentileza sem cabimento. A professora fascinada por novas culturas disse que sair dali é difícil, então o melhor é esperar que a gente vá e continue voltando.
É interessante pensar que a China está por toda parte, mas não o inverso. Além de incompreendidos (ou falsamente entendidos), as peculiaridades locais tornaram os chineses continentais essencialmente doceis e domésticos, mas não ensimesmados. São curiosos, interativos e pensantes, especialmente quando percebem que a recíproca é verdadeira.
De tão encantada, quis trocar o resto de Sudeste Asiático pela dobradinha Coreia do Sul/Japão. Não deu tempo, a China me engoliu só para ela.
Nas fotos aí embaixo, nossos melhores momentos e a nostalgia de um mês.
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p.s.: não se dê por satisfeito com as “chinas” de Nova Iorque, Londres ou São Francisco. Pegue sua mala e vá ao cerne da questão, porque ali a história é outra.
p.s.2: Time explica aqui como o V virou uma instituição nas fotos asiáticas.
tá gravado no seu coração! rs.. e essas crianças?! deve ser um sonho dar aulas para eles.. bjs
Sim Aline! Até eu que não tenho muito jeito com criança fiquei encantada com as que conheci na viagem hehe bj
é um sonho!! educação é tudo!!!
Como sempre, escrevendo lindamente! Me emocionei! Smack!
Quando eu voltar vou te levar junto hein? Você ia amar! Bj