Amnésia

Hoje acordei meio sei lá. Ninguém para conversar. Ninguém para falar bom dia (em português) depois de quatro meses.

Estou em Pokhara, o Nepal turistão (mas os turistas ainda não chegaram direito, só em março). Festa esvaziada, todo mundo ansioso para chegar logo. Mas eu, que estou aqui agora, fico ansiosa sem saber porquê.

Saio para caminhar, vozes femininas chamam de uma ruela afastada. O cenário atrás da cortina improvisada é ainda melhor que a promessa: mulheres entre a meia-idade e nenhum dente na boca estão em algum tipo de evento só para elas. Cantando e rindo, as senhoras sentadas no chão tocam tambores e sinos e entoam músicas que parecem sempre as mesmas, mas considerando as reações diferentes da plateia, não são. As roupas parecem de festa, estilo sari indiano, mas com toque local com as trouxas amarradas na cabeça. No meio da roda tem sempre alguém dançando e não pude negar quando me convidaram. Ninguém falava inglês e nem entendi direito onde estava. Passei um bom tempo ali, batendo palmas e sorrindo, sem coragem de fotografar um evento tão intimo e estragar nossa relação recém-nascida.

Segui meu caminho rumo ao topo, e na descida do templo, todas as crianças que saiam da escola me faziam sorrir com um “rariú” (e nem eram de Recife, I do love cafusu <3). Mais um pouco, quatro pequenos em um terreno baldio insistiram, irresistivelmente, para que eu me juntasse a eles no jogo de peteca/tênis que eu nunca lembro o nome e que eu nunca tinha tentado antes de hoje.

Já esqueci o começo deste post.


2 Comentários on “Amnésia”

  1. Amanda disse:

    <3 já disse, e repito, que aguardo ansiosamente o livro dessa viagem!


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