Seis razões para amar Bangkok
Publicado; 02/05/2014 Arquivado em: Tailândia | Tags: Bangkok 4 ComentáriosParece desenho animado, exagerada em tudo. Mas Bangkok esconde outros encantos não tão óbvios. Depois da terceira passagem por lá, eis alguns da minha seleção pessoal:
1) Diferente tipo igual
A capital tem presença maciça de ladyboys (travestis) e de casais formados por idosos ocidentais e jovens tailandesas. O
mais legal é conviver diariamente com essas opções no metrô e no caixa do supermercado, um exercício de neutralidade recomendado a todos (inclusive os que se consideram neutros).
2) Bangoquinha paz e amor
O que é o que é: parece São Paulo, é grande, doida e legal como São Paulo, mas não precisa andar na rua com medo de ser assaltado e de morrer? Sim, ela mesma.
3) Curtas
Aqui as moças locais e farangs (estrangeiras) podem andar praticamente peladas que ninguém nem tchum (e olha que fiquei de gaiata observando as reações masculinas com as sainhas-micro passando lá e cá). Nenhuma olhada intimidadora, nenhum fiu fiu para contar história. Vulgo paraíso na Terra.
4) Taxis-banana
Precisa se locomover e está longe do trem aéreo/metrô? Pegue um taxi rosa-choque novinho com ar condicionado bombando e não caia para trás quando, depois de 30 minutos, a conta der R$ 6 (exija taxímetro).
5) Password?
Até as biboquinhas cobertas de lona rasgada têm conexão gratuita em alta velocidade (e pode usar horas com uma água na conta). Mas se nem a água quiser pagar, as maiores companhias telefônicas oferecem wifi de graça nas principais áreas da cidade.
6) Café de rua (essa mais para Tailândia que para Bangkok)
Aqui o café e suas variações leitosas, além das opções ice ou frapê, são considerados streetfood. Sabe a estrutura da barraquinha de cachorro quente? Vai ver tem café lá. <3
Choque Thai
Publicado; 10/03/2014 Arquivado em: Tailândia | Tags: Bangkok 3 ComentáriosConfesso que está meio complicado me entender com a Tailândia depois de cinco meses no subcontinente indiano. A pobreza limitante dos preços rasteiros e de infraestrutura sofrível, somados à certa austeridade social, deram espaço ao país-centrífuga do tudo liberado, inclusive o visto. Saem os seletos viajantes que se atrevem, entram os milhares de turistas interessados em diversão fácil – inclua-se aqui o eufemismo para qualquer tipo de transgressão comportamental.
A mudança se fez sentir ainda mais depois da experiência nas montanhas nepalesas. Migrar da quietude autoreflexiva do Annapurna para Bangkok, a supermetrópole de todos os apelos sensoriais, foi um solavanco daqueles. Vou tateando com calma enquanto corpo e mente se acostumam. Sei que vão.
A sensação é de estar em uma cruza estranha entre São Paulo e Las Vegas. O calor acachapante faz meu corpo entrar em modo semi-desmaio, e os monstros-deuses que guardam os templos ganham tom de delírio em cores quentes. Os olhos se perdem nos superbanners e neons que vão passando pela janela do trem aéreo. Nos prédios supermodernos que dão horizonte ao respeitável fluxo de carros pontuados por táxis rosa-choque cintilantes.
Na rua mochileira, jovens turistas clamam pelos melhores momentos de suas vidas, sem lembrar que às vezes o tão alto implica em não voltar mais. Também não se lembram que, a poucos metros e dias dali, a Tailândia de verdade estava em violento colapso político, confirmado pela presença maciça de acampamentos militares por toda a cidade.
A noite chega com um estranho vento que não estava lá. Nas ruas acesas de vermelho, homens brancos velhos pagam bebidas a esculturais senhoritas de origem afro-asiática, a maneira barbie-afetada não condizente com o profundo sentido por trás dos olhos vidrados. Não muito longe dali, feirantes acumulados em esteiras na calçada esperam pelos bahts da manhã seguinte.
p.s.: a quantidade de estrangeiros que se perdem para sempre nos sem-limites da Tailândia é algo assustador. Mal cheguei e já vi que a vida real é pior que a ficção.
p.s.: ufa, finalmente turistas brasileiros. Aos montes.









