Expectativas
Publicado; 02/06/2014 Arquivado em: Camboja | Tags: Angkor, Siem Reap 4 ComentáriosVocê pode não saber exatamente do que se trata, mas com certeza já ouviu falar das ruínas de Angkor, ainda que indiretamente (sabe isso aqui? Pois é). Estava eu nessa mesma situação até semana passada, quando cheguei a Siem Reap, minha primeira parada no Camboja.
Fiz exatamente o contrário do que os guias recomendam e fui direto ao mais famoso dos templos, Angkor Wat. Por ser o maior prédio do parque arqueológico, especialistas sugerem deixá-lo por último para não estragar a festa das ruínas menores.
Só que junto com a ansiedade transgressora, veio a expectativa de penetra. Depois de Basílica de São Pedro (Roma), nossa homemade Aparecida, Sagrada Família (Barcelona), Santuário de Fátima (Portugal), entre outros templos não tão grandes embora cativantes, esperava um arroubo emocional. Angkor Wat é imponente, o canal navegável é enorme, os murais em baixo-relevo são imensos… Mas sei lá, faltou aquele “oh” mental reservado a essas ocasiões.
Me esforcei para desmanchar primeiras impressões apostando nos próximos dias, porque ali precisa de pelo menos três. E aí sim, tudo fez sentido.
Muito mais que ruínas isoladas, Angkor deve ser entendida como uma sobreposição de extravagâncias. Governantes que se sucederam entre os séculos 9 e 15 queriam fazer sempre mais e maior, chegando a um dos maiores complexos urbanos da antiguidade. Cerca de 1 milhão de pessoas viviam ali quando Londres tinha 250 mil habitantes. Prédios, templos, construções hidráulicas e estradas se espalhavam por 400 quilômetros quadrados, e embora aos pedaços hoje em dia, dão uma boa noção do que foi Angkor nos tempos áureos. Se bem que o próprio fato de estar aos pedaços acrescenta muito à magia do lugar.
Percorrer tudo aquilo de bicicleta fez entender que devia atualizar minha estante de grandes povos das antiguidades, colocando os khmers ao lado de romanos e incas.
Conselho? Guarde suas expectativas. Elas serão devidamente atendidas.